Livro do Prazer

Prazer é uma palavra muito usada no quotidiano. Provavelmente, capaz de evocar alguma emoção ou experiência positiva de forma natural e espontânea. Não obstante, o pensamento filosófico tem vindo a abordar o tema do Prazer como um campo complexo e contraditório, de grande relevância para as ciências sociais e humanas, para a moral e a ética.

No presente livro, explora-se a forma como a Filosofia, desde a Antiguidade, marcou histórica e socialmente a forma como o Prazer, ou o sofrimento que a sua frustração implica, era vivido.

Aborda-se igualmente a centralidade deste conceito para o desenvolvimento da Psicanálise, desde as primeiras descobertas de Freud até à contemporaneidade. A melhor compreensão dos processos psíquicos conscientes e inconscientes utilizados para gerir a intensidade e a tensão decorrentes da relação com o(s) Prazer(es) permitiu encarar o Prazer e a Dor enquanto forças capazes de moldar a identidade. O autor explora temas como o masoquismo, a agressividade, ou a forma de diferentes núcleos de funcionamento psíquico, como o narcísico ou o borderline, se relacionarem com o Prazer.

Por último, explora-se a vivência do Prazer do Psicanalista. Trata-se do envolvimento emocional que implica, o prazer narcísico de ser útil, a individualidade e por vezes a solidão do trabalho clínico, bem como da participação na vida institucional, científica e formativa enquanto elementos idiossincráticos da experiência do analista, e, portanto, fulcrais no desenvolvimento da sua identidade ao longo da carreira.

Rui Aragão Oliveira

Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de Coimbra. É Psicanalista Titular e com funções didácticas na Sociedade Portuguesa de Psicanálise, tendo sido Presidente da Direcção (2016–2019) e Presidente da Comissão de Ensino (2020–2022). 

É membro titular com funções didácticas da International Psychoanalytical Association (IPA), na qual foi membro da Comissão de Eleições (2020–2023) e é consultor da Comissão de Observação Clínica desde 2021.
Exerceu actividade de docência universitária e investigação na Universidade de Évora (1998–2000; 2009–2012) e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (2000–2009), onde orientou diversas teses de doutoramento em Psicologia Clínica e coordenou vários projectos de investigação financiados por instituições nacionais e internacionais. Dirigiu a Revista Portuguesa de Psicanálise (2013–2015). É formador do Instituto de Psicanálise da SPP desde 2006.

Foi membro do Conselho Editorial da Psychoanalysis.Today (2015–2017) e do comité de assessores do Livro Anual de Psicanálise (edição portuguesa). É autor de um vasto número de artigos publicados em revistas científicas da especialidade, sobre teoria da técnica psicanalítica, função paterna, masculinidade e prazer em psicanálise.